Uma mulher com um Nobel no seu haver Θ ainda mais rara do que um homem nessas mesmas condiτ⌡es; mas na sua trajet≤ria tem o record de um partilhado com o seu marido (Fφsica, 1903), outro individual (Quφmica, 1911) e, se fosse pouco, tambΘm a sua filha e o seu genro, o casal Joliot-Curie, recebiam, um ano depois da sua morte, em 1935, o Nobel de Quφmica.
Nascida em Vars≤via, Maria Sklodowska dirigiu-se, aos vinte e quatro anos, a Paris para ampliar estudos na Sorbonne. De famφlia universitßria, a tradiτπo teve muito peso nas suas decis⌡es e esta entrada na universidade parisiense foi um passo de grande importΓncia. Lß conheceu Pierre Curie e, no mesmo ano do seu doutoramento em CiΩncias, Maria se convertia em Marie Curie, pelo seu casamento com o doutor em fφsica, tambΘm enraizado familiarmente na investigaτπo, dado que na universidade trabalhava com o seu irmπo Paul-Jacques, tendo descoberto a piezo-eletricidade em 1880, aos vinte e um anos de idade. Neste ambiente, nπo Θ de admirar que Marie Curie se convertesse na primeira titular de uma cßtedra de fφsica, a fundada pelo seu marido dois anos antes da sua morte, verificada em 1906. Se diz que os gatos sπo disciplinados e fßceis de educar, aplicados no seu trabalho e nos deveres de casa; sπo mais amantes da paz da aula do que da algaravia do recreio. Maria devia ter sido assim; uma estudante sΘria e aplicada que pensava numa carreira onde o importante era ampliar estudos. Surpreendentemente, quem ampliou o conhecimento foi o seu trabalho e a sua criaτπo e os estudos tiveram que prorrogar-se, para dar lugar a todo um novo campo do conhecimento que tinha permanecido ignorado esperando com a sua enorme forτa o seu descobrimento, embora estivesse na pr≤pria raiz da vida c≤smica e na formaτπo do Universo. Os laborat≤rios sπo a antφtese do brilho social, o mais oposto ao triunfo sonoro. ╔ uma questπo de vocaτπo, de entrega, e uma mulher Gato deve sentir-se a gosto nestas micro-magnitudes da fφsica experimental, nas quais se pode p⌠r em andamento uma nova explosπo universal, nas quais se procura a pista α razπo de ser de toda a nossa construτπo at⌠mica. A ambiτπo nπo estß na sua lista de preferΩncias, a organizaτπo e o mΘtodo constituem a pr≤pria essΩncia da sua forma de ser. Uma Gato se deve encontrar perfeitamente encaixada no mundo da ciΩncia, no do seu ensino, na lenta e precisa tarefa de ir desenrolando a madeixa do conhecimento atΘ ao limite, para -uma vez chegado a ele- continuar puxando pelo desconhecido, tirando-o α luz e dando-lhe nomes α medida que se vπo descobrindo as leis que o regem e as medidas da sua recΘm-encontrada corporalidade.
GATOS C╔LEBRES
Sim≤n Bolφvar, Fidel Castro, Marie Curie, Agatha Christie, Eva Duarte de Per≤n, Stalin, Toscanini, Orson Welles, Ingrid Bergman, Vit≤ria de Inglaterra, Conf·cio, Catarina de MΘdicis, Enrique Granados, JosΘ Garibaldi, Stendhal, Georges Simenon, Rafael, Lutero, Einstein, Paul Klee, Pirandello, Le≤n Trostky, Blasco Ibß±ez...